sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Para além da distância (C)

Foi num dia quente de Setembro
Quando te cruzaste com os meus olhos
Que percebi qual era a verdadeira força
De um simples olhar
Que naquele momento me fez vibrar

Os dias passavam
E tu sempre vinhas
Nesse estilo tão teu
Uma espécie de anjo selvagem
A que por mais que quisesse
Não conseguia nunca resistir
O teu encanto
A tua voz melodiosa
Os teus gestos tão ternos
Faziam-me sonhar
Com aquilo a que alguns
Chamam de felicidade

A cada passo teu
Correspondia sempre um sorriso meu

Olhava para ti e encontrava-me
Olhava-te nos olhos
Com olhares de desejo

A pouco e pouco percebeste
Os significados de todas as palavras
E de todos os olhares

Cada dia de silêncio
Era um dia de amargura
Igual a outro dia qualquer

Cada dia em que a tua voz
Ecoava nos meus ouvidos
Ou em que um gesto teu
Eu conseguisse observar
Era um dia esplendoroso
Cheio de cores
Com se um grande arco-íris
Se atravessasse no meu caminho

A barreira invisivel
Que todos os dias
Estava no meu caminho
Nunca me fez desistir
E nunca me deixou avançar

Um dia partiste e não regressaste
A tristeza invadiu o meu ser
Não voltei a ver o arco-íris
O arrependimento ainda hoje me consome
Porque fui mais fraco do que aquela barreira
Será que fiz tudo o que podia fazer
Ou fui mais um cobarde
Não me quis ver sofrer

Ficaste presa no meu pensamento
Como barcos em terra
Como fogo na mão
Um fogo que me consomiu
A cada dia que passou

Deixaste a minha alma vazia
Como uma ilha... sozinha

Agora, para além da distância
Encontro-te e volto a encontrar-me
Para além da distância
Onde tudo pode acontecer
Para além da distância
Onde posso renascer
Para além da distância
Podes ir mais além
Onde a felicidade existe

Para além da distância
Como vou eu lembrar-te
Se a metade que parte
É a metade que tens?

@José ManueL

1 comentários:

Tina disse...

"Para além da distância
Onde tudo pode acontecer
Para além da distância" lindos versos, combinam com meu "sentimento" de hoje.

grande beijo, fica bem.