terça-feira, 13 de dezembro de 2005

Fala-me de ti

Sempre que a noite chega, a solidão fala-me de ti.

E a saudade penetra o meu coração como um pouco de luar dentro de minha noite imensa. Vai deixando aos poucos o seu toque magnífico de beleza e suavidade. Assim é a saudade. Consegue transformar em beleza a tristeza infinita do presente... porque traz para mim o encanto das horas mortas do passado.

Traz o gosto perdido de beijos de amor... Traz o calor dos braços inesqueciveis... Traz o eco de suas palavras...

Cerro os olhos e começo a recordar... Começo a pensar em ti... na saudade. Começo a pensar em ti que me abandonaste com tristeza e dor... que esqueceste que o meu amor era sincero... E não te lembraste que tudo em mim era um pouco de ti. E não pensaste que a minha vida sem a tua, era uma caminhada de tédio e de angustia...

Agora estou só... E a saudade. Ela é a própria tristeza. Ah, e eu não sabia que a saudade doesse tanto, meu amor. Fico a olhar para as estrelas e implorando que me levem até ti esta minha saudade...

A saudade...

Ela é a própria amargura... Ela é tudo o que eu tive e não tenho mais. É meu único alento. Todo meu sol, todo o meu luar... toda a minha vida... Mas graças a ela quase sinto a tua presença...

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